
Uma pesquisa inédita promovida pela ABRH-AM revela o perfil do gestor de pessoas e como ele enxerga a área onde atua. Promovida pela Perspectiva para a ABRH-AM com gestores de pessoas da região, a pesquisa buscou compreender o papel da área de Recursos Humanos nas decisões da empresa, evidenciando que a despeito de uma formação invejável, os profissionais de RH ainda vêem sua área como auxiliar no planejamento estratégico das empresas e não como participante com voz ativa.
Formação invejável - Segundo a pesquisa, os gestores de pessoas na região são formados majoritariamente em administração de empresas (45%) ou psicologia (17%), mas há engenheiros, advogados, assistentes sociais, sociólogos e até filósofos ocupando o posto, o que evidencia a grande diversidade de visões que caracteriza a Gestão de Pessoas nas empresas, bem como seu caráter generalista.
Outro dado relevante sobre formação é o que evidenciou que todos têm ou estão cursando ensino superior e a maioria dos respondentes (30%) tem pós-graduação completa. Mas há, ainda, aqueles com mais de uma pós-graduação (20%), vários com mestrado (9%) e até doutores (2%), o que demonstra que os gestores de pessoas têm um nível educacional invejável.
Papel de RH - No entanto, este público super-qualificado, quando questionado sobre o papel de RH nas organizações onde atua, aponta, majoritariamente, que a área está excluída do desenvolvimento das decisões estratégicas, assumindo uma postura mais implementadora. Do total de entrevistados, 39% afirmaram que participam do planejamento, mas os 61% restantes vêem o RH como uma área de suporte.
Da mesma forma, quando perguntados sobre quais áreas consideram estratégicas nas empresas onde atuam, os gestores de pessoas não vêem sua área como majoritariamente estratégica, com apenas 20% das indicações.
Esta pesquisa foi apresentada a presidentes de empresas que participaram do Fórum de Presidentes, promovido pela ABRH-AM, e que foram convidados a expor suas expectativas no que diz respeito à área de RH. A maioria assinalou que gostaria que a área tivesse papel decisivo na formulação da estratégia da empresa.
Essa realidade abre espaço para uma importante discussão sobre o futuro da profissão do gestor de pessoas. Muito embora ele não se perceba como importante na formulação das estratégias das empresas onde atuam, os presidentes das empresas apontam que gostariam que RH ocupasse esse espaço.
Segundo Ralph Arcanjo Chelotti, presidente da ABRH-Nacional, esses dados evidenciam a necessidade de um amplo debate sobre como inserir as áreas de gestão de pessoas nos processos decisórios das empresas, que pode se dar gradativamente à medida em que os próprios gestores começarem a enxergar suas atividades como estratégicas e buscarem maior inserção nos processos de decisão.
"Como vimos, os gestores de pessoas têm um nível educacional significativo, mas talvez faltem informações cruciais como a importância de uma cultura organizacional participativa, que ative o caráter estratégico da área de Recursos Humanos. É por isso que o CONARH 2008, que acontecerá em agosto, vai debater justamente esta questão, pois é no momento em que o gestor de pessoas se assume como gestor de uma cultura de valor que ele assume um valor estratégico para a organização", assinala Chelotti.
FONTE: ABRH Nacional / e-Press Comunicação